Mostra em São Paulo leva o visitante ao mundo de Jorge Amado
Fontes: Agência Estado/cultura MSN
Dos autores brasileiros, Jorge Amado talvez seja o mais local, universal e internacional. Escrevia a partir da Bahia, sobre coisas da sua terra e sua gente, e seus livros encantavam leitores do mundo todo. Pelas contas da Fundação Casa de Jorge Amado, a obra do escritor baiano foi traduzida para 49 idiomas e premiada em lugares tão diversos quanto a ex-União Soviética, a Itália e a França, sem contar o Brasil.
“Gabriela Cravo e Canela”, “Tocaia Grande”, “Capitães da Areia”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Os Subterrâneos da Liberdade”, “Bahia de Todos os Santos”, “Mar Morto” e “Navegação de Cabotagem” são apenas alguns dos livros que escreveu em seus 89 anos de vida. Vida essa que será apresentada a partir desta segunda (16), para convidados, e terça (17) para o público, na exposição “Jorge Amado e Universal”. Ela fica em cartaz até o dia 22 de julho no Museu da Língua Portuguesa, de onde segue para Salvador. Chega em 9 de agosto, um dia antes da festa do centenário de nascimento do escritor.
A ideia da organização é que a mostra não fique restrita a essas cidades, embora os R$ 3,2 milhões captados pela Lei Rouanet devam ser usados exclusivamente nessas duas iniciativas. Já está quase certa uma temporada no Recife. Rio de Janeiro, Brasília, Lisboa e Porto também demonstraram interesse, conta William Naked, diretor-geral da exposição, que sonha até com uma ida à Feira do Livro de Frankfurt em 2013, quando o Brasil será o país homenageado.
Difícil será transportar a Bahia criada nos 420 m² do espaço do museu para esses outros lugares. São 8 mil fitas do Nosso Senhor do Bonfim, 1.800 garrafas de 2 litros de azeite de dendê, 4 sacas de cacau, mais de 600 imagens, 80 documentos originais, 110 livros e 243 placas de cronologia. Tudo para dar a dimensão de quem foi e o que produziu Jorge.
Surpresas da Mostra
A vida e obra do escritor são apresentadas na exposição Jorge Amado e Universal, que fica em cartaz até o dia 22 de julho no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Todos os personagens do escritor são representados por uma instalação com 8 mil fitas vindas da Bahia, como as do Nosso Senhor do Bonfim. Em cada uma, consta o nome e o livro em que ele habita.
Na sala dedicada ao sincretismo e à miscigenação, caixotes fazem lembrar os mercados e feiras da Bahia e são suporte para imagens de santos e orixás.
O visitante pode conhecer o lado político do escritor através de uma instalação que representa as rotativas da imprensa alternativa em movimento.
No maior dos ambientes da exposição, chamado extraoficialmente de Praça Jorges, foram necessárias 1.800 garrafas pet de 2 litros de azeite de dendê para representar, numa grande parede, o mar da Bahia.
Como nas igrejas, foi montada uma Sala dos Milagres, com 352 fotos e outros objetos. Será possível ver retratos dele com os amigos Fidel Castro, Roman Polansky, Carybé e Pierre Verger.
Jorge Amado e Universal
Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº) – tel: (11) 3326-0775
Data e horários: De 17/4 a 22/7 – 10h às 17h
Ingresso: R$ 6 (entrada gratuita aos sábados)
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