Por Simone Cavalcante
André Neves, a meu ver, foi a maior celebridade de literatura infantil que esteve presente na VII Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Admiro muito o trabalho dele, sua persistência e profissionalismo. Tenho orgulho de seu encorajamento de ter saído do Nordeste e alcançado um lugar de destaque no circuito editorial nacional e internacional, sem perder a simplicidade.Tudo isso ele conquistou com muito trabalho, suor e sentido de afirmação, revelado no estilo marcante de sua criação.
Já recebeu reconhecimentos no Prêmio Jabuti, que é um dos mais respeitados do país na área de literatura; ganhou o troféu Monteiro Lobato; foi reconhecido na Itália e em outros países com a tradução de seus livros e teve milhares de exemplares de sua obra Lino distribuídos gratuitamente pelo Itaú Cultural. Sem falar das adoções de seus trabalhos em escolas de todo o Brasil.
O respeito que ele alcançou pela AUTORIA daquilo que escreve e ilustra foi construído com muita afetividade, carinho e emoção a cada encontro com seus leitores.
O André é um estímulo para todos nós escritores em acreditar no poder de transformação dos livros e defender a necessidade da autoria como pré-condição para a abertura de debates, diálogos e afetividades com os leitores. Livro sem autor não tem voz, não tem calor humano, não tem história de vida.
Tente imaginar Sebastiana e Severina, Maroca e Deolindo, Menino Chuva na rua do Sol, Lino, e tantos outros de seus trabalhos lançados sem autoria! Seria inconcebível, não é?
Então, gente, antes de adquirir um livro sem autor, pense nisso! Por trás das entrelinhas de um livro com autoria reconhecida na capa, tem sempre alguém que batalhou pra caramba para compartilhar com o público os frutos de sua imaginação. E que merece ter o respeito de sobreviver do fruto de seu trabalho.
*Simone Cavalcante, a autora deste texto, é escritora, produtora cultural e jornalista, com mestrado em Estudos Literários (Ufal). Realiza palestras e formações em literatura, além de editar seus livros pelo selo independente Passarada. Escreveu: A cultura alagoana para crianças (Catavento) e, pela Passarada, Literatura em Alagoas, Os segredos da mata, Bob no país das verdurinhas, Ventania e o mapa do tesouro e Sete histórias de amor e encantamento. Coordenou o projeto literário Trem das dez – leitura a todo vapor, do Edital BNB de Cultura, Audiolivro- encontro entre a memória e a imaginação (Funarte) e, atualmente, vem desenvolvendo os projetos de circulação literária A vez e a voz da literatura infantil – o que escrevem e pensam seus autores e Ler é minha praia – brincando com livros infantis, ambos pelo Ministério da Cultura.
Fotos: André e seus leitores
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