Neste fim de ano o autor Severino Rodrigues nos brinda com dois textos para refletir e sorrir em Palavra Jovem, a série de crônicas
APROVADO OU REPROVADO?
Semana passada, vi uma senhora de cabelos curtos e um pouco ondulados, com aquele branco-cinza típico da idade, óculos e um sorriso no rosto. Na mão, um envelope com o desenho de uma árvore de Natal e um pequeno papel. Em resumo, as provas e o resultado, provavelmente, do neto ou da neta.
Essa cena parece em extinção diante dos boletins eletrônicos e da permissão para os alunos muitas vezes pegarem o seu próprio resultado. Indiferente a esses avanços do tempo, esse momento, após mais um ano letivo, é tranquilo para uns e de apreensão para outros. Tem gente que já passou e há muito; tem outros que temem a reação dos pais perante as notas baixas. O coração acelera diante da expectativa do resultado e esta é a palavra-chave aqui. No final do ano, estamos sempre avaliando, sendo avaliados e nos avaliando e pensando, é claro, nos resultados. Fomos ou não fomos aprovados? Será que desenharemos um sorriso no rosto como o daquela senhora?
O nosso desejo é que sim. Mas a resposta que procuramos pode ser mais produto das nossas perguntas do que dos fatos em si.
O ano foi bom ou ruim? Alcançamos as nossas metas? Amamos mais ou menos? Agimos mais pela gente ou pelos outros? Valeu a pena todo o esforço?
Para alguns alcançar a lista de metas do dezembro passado é certeza de resultado positivo. Para outros, a conta bancária no azul. Para uns, é estar mais próximo de quem realmente é importante. Para outros, ficar um pouco mais sozinho para descansar e se ouvir. Pode ser também tudo isso ou nada disso.
Costumo, nesta época do ano, comparar a minha correria com a do ano anterior. Ver o que conquistei e o que deixei de conquistar, o que realizei e o que tive que adiar. Comparar, para mim, é a melhor maneira de saber se algo está fazendo sentido ou se não é válido mesmo. Quase sempre a gente chega à constatação de que fizemos mais do que não deveríamos e menos do que devíamos. Será que nossa percepção exigente nos engana e, na realidade, é o contrário?
Mas faz parte. Sendo aprovados ou reprovados, o mais importante é que a vontade de não parar prevaleça, porque só a possibilidade de fazer diferente e a diferença em mais um ano que se aproxima vale sim a pena. Aliás, a recuperação serve para tentarmos de novo, não?
15 COISAS QUE APRENDI EM 2015
1 – O planejamento é algo precioso para que as coisas caminhem bem. Ou mais ou menos bem.
2 – O detalhe foi o que faltou para ser melhor.
3 – Aquilo já estava dentro daquela pessoa, mas ela antes não podia mostrar.
4 – É sério que tem gente que acredita que eu sou bobo?
5 – Segurar a língua e os dedos (tempos digitais!) é um bom começo.
6 – Visualizar e não responder geram estresses.
7 – Há pessoas curiosas demais…
8 – Verdadeiros amigos não precisam de provas. Eles simplesmente são.
9 – Se você não correr atrás, não alcançará. Ah, ficar parado e reclamando também não ajuda, não…
10 – Tem gente que perde o que tinha na palma da mão.
11 – A paciência é uma boa amiga. Mas é difícil ter paciência com ela.
12 – Não espere aquele conselho e aquele incentivo. Aliás, espere mesmo é o contrário.
13 – Discursos vazios e falsos, muitas vezes inflam egos que acreditam efetivamente neles.
14 – O melhor abraço pode ser aquele tímido e mau dado.
15 – Fazer listas pode ser meio divertido e meio sofrido.
E Feliz 2016!
#PalavraJovem é a série de crônicas escrita por Severino Rodrigues e publicada semanalmente, todas as quintas-feiras, no Portal Mundo Leitura. Este pernambucano é autor dos juvenis de suspense: Sequestro em Urbana, 2013, e Mistérios em Verdejantes, 2015, livros publicados pela Cortez Editora.
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