Contando para encantar novos leitores

Simone Cavalcante

Contar histórias é uma prática que pode ser uma grande ferramenta na sala de aula no momento de conquistar os alunos para o letramento literário.  Pensando nisso, o Projeto Trem das 10 – leitura a todo vapor apostou na realização de cinco oficinas de contação para 30 professores da rede municipal de educação de Marechal Deodoro. A sede da ONG Teteia foi palco da das oficinas, encerradas no dia 26 de maio, com uma programação cultural intensa, combinando literatura, música, dança e teatro.

As apresentações eram iniciadas por músicas tanto do cancioneiro popular, como Atirei o pau no gato, até composições do repertório musical brasileiro, como A casa, de Toquinho, e Tatibitati, de Fátima Maia. Enquanto as músicas tocavam, crianças frequentadoras da ONG Teteia bailavam em rodas. Ao final de cada dança, as professoras e o único professor da oficina contavam uma história dos autores alagoanos que fazem parte do Trem das 10. “Este livro me fez voltar ao tempo e lembrei das brincadeiras da minha infância, perto da lagoa, quando ia à casa da minha avó”, comentou emocionada a professora Maria Quitéria Lima da Costa e Silva, ao falar do livro Uma bebê impossível – que saudade da vovó, de Luciana Fonseca.

Como prova do aproveitamento dos conteúdos transmitidos pela oficineira Marize Sarmento, os professores utilizaram palitoches, fantoches, objetos cênicos e até mesmo a vivência pessoal como recursos e técnicas para contar a história escolhida. Os materiais foram produzidos nas oficinas ou trazidos de casa para ilustrar as narrativas. Todos tinham um ritmo próprio e fazia uso de gestos diferentes, mostrando a diversidade de formas de divulgar uma história. Para o educador Josivaldo dos Santos, os conteúdos vistos nas oficinas vão ser de grande importância para o processo de ensino-aprendizagem, mas aproveitou para enfatizar sobre a necessidade de os professores estimularem os alunos a tomarem o gosto pela contação, sendo também mediadores de histórias.

As dinâmicas utilizadas são fruto do aprendizado que a oficineira Marize Sarmento vem acumulando ao longo de sua trajetória como contadora do grupo Contadores de Histórias da Carochinha e de sua participação em diversos encontros e seminários da área em todo o Brasil. ” Nossa proposta dentro dos encontros no Projeto Trem das 10 é a de sugestionar os professores para utilizarem a voz, o corpo e os recursos no ato de contar histórias em sala de aula, porque não existe fórmula fixa para isso acontecer”. Ao final da oficina, a educadora Maria Luzia, sugeriu que todos os professores pudessem compartilhar com os demais educadores da rede os conteúdos e as sugestões vistas nos cinco encontros.