MAR DE PALAVRAS

A literatura é feita de histórias e as histórias são feitas de gentes. Gente que escreve, gente que lê, gente que imagina, gente que discorda, gente que ri, que chora quando chega ao fim.
Contar histórias é dialogar com toda a gente. Cantar história é lançar a palavra no ar como um balão que sobe e viaja atravessando campos, montanhas, mares…
Nosso mar é tudo isso: travessias e diálogos.
Junto com a gente, muita gente vai embarcar para contar e cantar em novos lugares.

Esse projeto tem como único objetivo valorizar a língua portuguesa por meio da arte e da amizade. Para isso, a poetisa e contadora de histórias Penélope Martins está movendo tudo o que pode para arrecadar fundos e reunir parceiros para levar essa ideia ao maior número de países e cidades que compartilham o idioma.

Como a própria Penélope apresenta o projeto:
No começo deste ano, os poetas escritores Selma Maria Kuasne e José Santos me convidaram para fazer parte das atividades da Exposição Lá e Cá: Os Livros Viajantes, que começou o circuito Sesc na unidade de Santo André.

A exposição traz para o Brasil sete autores portugueses, todos representados por malas de viagens recheadas de obras de sua autoria. Junto com os escritores, numa montagem flutuante sobre um mar azulzinho, ilustrações de artistas portugueses podem ser admiradas.

Penélope Martins

Na época da primeira montagem, fui ter com os curadores da exposição uma pequena reunião para falar sobre uma delícia de história, A Arca do Tesouro, de autoria da querida amiga escritora Alice Vieira, com objetivo de apresentar uma simples contação de história, algo intimista, como a mãe que conta história para seus filhos, único jeito que sei fazer.

Pois, então, sugeriram que eu fosse acompanhada por um músico e me perguntaram se eu tinha alguém qualificado para tal brincadeira. Respondi no piloto automático sem saber se a pessoa iria topar, sem saber se a pessoa curtia a minha pessoa, sem saber nadica de nada: Joel Costa Mar é o músico que estará comigo.

Cheguei em casa afoita para ligar pro Joel e explicar minha intuição. Nem expliquei e ele topou!

Primeiro ensaio da gente saiu uma música. Fiz a canção Ali, Alice como um presente de aniversário para a amiga Alice Vieira. Na canção coloquei coisas vividas lá em Portugal, lugares, histórias, detalhes, alguns livros de Alice também foram embalados. Joel musicou e ganhamos, os dois, uma parceria.

Outras canções vieram, seguindo o passinho do gato de Maria, uma das canções mais gostosas que eu tenho a honra de dizer que escrevi. Joel musicou esta também, com um agateado bacana, um jeito melindroso que o felino tem de subir, descer, saltar e se enroscar na gente.

Já não era mais uma contação de história, era o começo de um novo projeto. Surgia ali o Mar de Palavras: Travessias e Diálogos da Nossa Língua Portuguesa.

A primeira contação de história contou com a presença voluntária da amiga Monika Tognollo, advogada e fotógrafa experimental. Deu no que deu: fotos lindas cheias de expressões vivas. Fizemos um vídeo das fotos e convidamos a Monika como gestora do projeto.

De lá pra cá, muitas coisas aconteceram e muitas outras podem chegar. Dois convites vindos de Portugal levam o projeto para lá em novembro e dezembro, para contações de histórias aos miúdos com canções que misturam Brasil e Portugal.

Mala de livros com títulos de autores brasileiros para encantar os miúdos de Portugal

Mas a viagem leva com ela muitas outras viagens. Hoje lançamos no blog do projeto um convite aos autores brasileiros: mandar um livro autografado para uma criança portuguesa que nós não sabemos quem é, mas que certamente vai adorar receber o livro que viajou na nossa mala de histórias…
Alguns escritores brasileiros já se manifestaram e, em breve, os livros serão registrados e mencionados em link especial no blog do projeto. Muito legal!*

O convite de fazer viajar livros conosco também será feito para escritores de Portugal com destino às crianças brasileiras. Bué fixe!*

Já não é o começo, mas sempre é! A coisa vai crescendo assim como um pão caseiro amassado pelas mãos de uma pessoa multiplicadora. A língua representa a identidade da cultura de um país. Criações artísticas dialogam com esta língua e veiculam com ela seus ideais, seus sentimentos, suas intenções, suas proposições de mudança. O pensamento se desenvolve e tem a forma dessa língua.

O estrangeirismo se dilui com o vínculo do mesmo idioma. Elemento comum que transpõe dificuldades geográficas por se traduzir na singularidade da expressão de um povo: nossa língua  portuguesa é o nosso mesmo mar de palavras. Em tempo, esteja conosco na Viagem.

O roteiro português do projeto começa no Museu da Guarda nos dias 28 e 29 de novembro. Depois, ele será apresentado na Escola Superior de Educadores da Infância Maria Ulrich nos dias 3 e 4 de dezembro

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